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O preço da energia e a racionalidade econômica são sempre os primeiros itens que um grande consumidor olha quando começa a analisar essa linha de custos. Mas o acrônimo ESG que trata de meio ambiente, sustentabilidade e governança tem ganhado espaço. E no Brasil essa parceira é a ideal, pois as fontes que impulsionam o mercado livre e a autoprodução além de serem as mais baratas, também posicionam-se de forma positiva quanto à sustentabilidade, a eólica e a solar.

Segundo o CEO da CF Partners, Carlos Fadigas, a discussão sobre energia sempre volta à tona. Muitas das vezes as conversas giram em torno de buscar custos mais baixos ao mesmo tempo em que haja um parceiro que fique responsável por toda a operação. Nesse sentido, a autoprodução acaba sendo um dos caminhos possíveis a serem seguidos justamente porque é o sócio em uma joint venture que fica com essa responsabilidade. “O empresário quer focar em seu core business“, comentou o executivo que já foi CEO da Braskem e fundou sua empresa, classificada por ele como uma boutique que atua em gestão, estratégia e M&A.

Em função de seu passado como CEO de uma das grandes corporações do país, Fadigas diz que sempre se manteve pro perto do setor industrial. E que a energia e a agenda ESG são dois pontos que vêm ganhando força pelo momento em que se vive. “A agenda da indústria é pela sua relevância econômica e a energia pode ter uma participação muito importante na competitividade”, diz. Um exemplo foi quando a Braskem optou por investir em uma fábrica no México por conta da disponibilidade de gás muito mais barato do que no Brasil.

Fadigas defende que a energia elétrica no Brasil fosse encarada como o insumo para fomentar a competitividade da indústria brasileira. E mais, atrair empresas eletrointensivas de todo o mundo, e assim, gerar mais atividade econômica no país. Nos Estados Unidos, lembra o executivo, a indústria de óleo e gás é que tomou esse papel para si. “Infelizmente, por aqui ainda não é assim o status da energia elétrica”, avaliou ele em entrevista à Agência CanalEnergia. Para ele, essa é uma oportunidade importante, pois o Brasil é uma geografia onde as empresas investem pensando em sua agenda de transição energética.

Em sua análise, o público com quem uma indústria se relaciona acaba sendo um direcionador de esforços na questão energética. Ele explica que em uma relação B2B o aspecto econômico é mais relevante. Agora, quando se trata do B2C, “a agenda ESG pesa bem mais”, define.

Outra questão que leva ao investimento de consumidores em energia é a chamada agenda de eficiência, que é permanente e trata de preparar a empresa para um ambiente competitivo. Há ações que são estruturais e outras conjunturais. Nesse último grupo estão medidas como manutenção de equipamentos, investimentos em dispositivos para evitar desligamentos ou problemas com a qualidade da energia que podem, ao final das contas trazer perdas com paralisação de atividades ou custos com a troca de equipamentos, a depender do segmento em que atua. Já no segundo grupo estão as medidas de mais longo prazo, como os investimentos em autoprodução de energia, sua estratégia de contratação de longo prazo no mercado livre, entre outros.

“A meta para quem não é do setor é de buscar proteção contra as flutuações de preços e alcançar a neutralização desses efeitos sobre os custos”, indica. “Para completar o tripé de ações estruturais está a busca pelo hedge em energia. Para aqueles consumidores eletrointensivos essa agenda está clara, ter energia ser competitivo”, pontua.